A Validade das Ordenações Luteranas, por A. C. Piepkorn

Eclesiologia é um dos pontos mais fundamentais nas discussões entre as tradições cristãs que afirmam partilhar a mesma antiguidade. A consideração sobre a validade ou invalidade das ordenações ministeriais ou sacerdotais de uma tradição ou outra envolve, por consequência, a validade dos sacramentos ministrados dentro de suas comunidades, a autoridade de seus líderes, a sua própria alegação de antiguidade e até o seu status eclesial, ou seja, se aquela comunidade realmente é uma Igreja. Apenas uma Igreja que preservou as ordenações válidas pode afirmar corretamente ser uma sucessora apostólica, ou seja, uma Igreja que consegue traçar as suas origens até os próprios apóstolos por meio de seus líderes.

Diversos documentos foram emitidos ao longo dos séculos lidando com a validade das ordenações das diversas tradições cristãs, dentro os quais encontramos alguns dos mais importantes como a perspectiva romana sobre a invalidade das ordens anglicanas, a Apostolicae Curae, e a resposta dos arcebispos anglicanos de Canterbury e York, a Saepius Officio. Pouca atenção, porém, tinha sido dada até então sobre o tópico da validade das ordens luteranas, exceto alguns poucos ensaios anglocatólicos avaliando os ritos de ordenação episcopal nas igrejas escandinavas, que apresentam seus próprios defeitos em lidar com o assunto em alguns momentos.

O presente artigo, escrito pelo Dr. Arthur Carl Piepkorn, busca interagir com diversos dos pontos levantados ao longo desses e outros documentos que tentam estabelecer quais os critérios fundamentais para avaliar a validade de uma ordenação. O autor faz observações e considerações destes critérios dentro da teologia e história luterana, assim como defende a legitimidade das ordens luteranas onde necessário. Os critérios avaliados são principalmente aqueles propostos pela Igreja Romana, visto que o documento foi escrito dentro do contexto de um diálogo entre os líderes das duas Igrejas nos EUA.

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