Uma Interpretação Luterana de São Tiago 2:13-26

Introdução

Revere Franklin Weidner (1851-1915) é um teólogo luterano que, apesar de ser um escritor prolífico com vasto repertório, é facilmente esquecido. Compilando o melhor da teologia luterana do 16° e 17° século, bem como também os próprios teólogos luteranos que lhe eram contemporâneos, Weidner nos ilustra e por muitas vezes sintetiza o melhor de ambos.

O presente artigo traduz sua exegese do 2° capítulo da epístola de São Tiago, indo desde um trecho de sua introdução à própria epístola (p. 21-22) até sua análise dos versículos 13-26 (p. 47-54). Talvez o aspecto peculiar de sua análise para alguns protestantes seja sua insistência em defender que a famosa noção de que São Tiago trata de uma justificação coram mundo está errada; e que ele de fato se refere à nossa justificação diante do próprio Deus; isto é, nossa salvação final e devido julgamento de acordo com nossas obras (Rom. 2:6).

Apesar da minha adaptação para o formato de um artigo, tive o máximo de cuidado em manter o estilo literário do próprio autor. Por isso, as citações bíblicas referentes à análise da epístola em questão estarão em negrito, e suas ocasionais ênfases em itálico, tal como em seu livro. Por fim, o — [travessão] indica o início e o final da citação bíblica à qual ele se refere. Todas as citações bíblicas são feitas à partir da Bíblia de Jerusalém.


Alguns defendem que a palavra “justificação” é usada em sentidos diferentes pelos dois escritores, — que Tiago fala de uma justificação pelas obras diante do homem, enquanto se está na condição de justificado.[1] Paulo, por outro lado, falaria de um ato de justificação pela fé diante de Deus. Essa interpretação, embora pareça resolver a dificuldade, não é satisfatória, pois a palavra “justificar” nunca é usada neste sentido. A justificação da qual fala Tiago é uma justificação diante de Deus, assim como a justificação da qual fala Paulo. Acredito que uma exegese cuidadosa e exata de Tiago II. 14-26, em conexão com seu contexto, proporcionará uma solução melhor. [2]

A real solução é:
(1) A Epístola foi escrita por Tiago antes de 50 d.C., antes de qualquer livro do N. T. e dos escritos de Paulo.
(2) Não há nenhuma referência, direta ou indiretamente, no argumento de Tiago à argumentação paulina. As duas linhas de argumentação apresentadas pelos dois escritores, tendo em vista erros totalmente diferentes, não se cruzam nem se tocam.
(3) Em II. 14-26, Tiago adverte aqueles que, tendo sido regenerados e justificados (I. 18, 21, 25; II.I), estão agora levando uma mera profissão de ortodoxia sem vida, independentemente da conduta moral, sem amor compassivo (II. 8, I. 6), que tal fé ociosa e estéril (II. 20) está morta (II. 26), sim, morta em si mesma (II. 17), totalmente sem utilidade aos olhos de Deus, no momento em que os homens serão julgados pelo Evangelho (II. 12), porquanto “o julgamento será sem misericórdia para aquele que não pratica misericórdia” (II. 13). Tiago só está fazendo valer as mesmas verdades, ensinadas veementemente pelo próprio Cristo: “É pelos seus frutos, portanto, que os reconhecereis. Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus; mas aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mat. VII. 20, 21); “Eu vos digo que toda palavra inútil, que os homens disserem, darão contas no Dia do Julgamento. Pois por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” (Mat. XII. 36, 37)
(4) Tiago usa a palavra justificar no mesmo sentido que Paulo, isto é, declarar justo diante de Deus, mas ele não está falando, como Paulo, da justificação que ocorre no momento em que pela fé nos apropriamos dos méritos de Cristo, e recebemos o perdão de nossos pecados, — mas daquela justificação da qual Cristo também fala em Mt. XII. 37, que tem lugar no dia do julgamento, no momento em que a salvação final (II. 14) será concedida ao crente (II. 12). Em um sentido, isto ocorre no julgamento particular pelo qual cada indivíduo no momento de sua morte passa; em outro sentido, ocorre no julgamento final no último dia, pois este último é apenas a grande e final conclusão de um processo iniciado no caso de cada indivíduo aqui na Terra, e definitivamente determinado no momento da morte.[3]


A Grande Lei da Retribuição, apresentada em II. 13, Ilustrada. — No Dia do Juízo Deus retribuirá a cada homem de acordo com suas obras. — A fé sem obras é morta.

14Meus irmãos, se alguém disser que tem fé, mas não tem obras, que lhe aproveitará isso? Acaso a fé poderá salvá-lo? 15Se um irmão ou uma irmã não tiverem o que vestir e lhes faltar o necessário para a subsistência de cada dia, 16e alguém dentre vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos e saciai-vos”, e não lhes der o necessário para a sua manutenção, que proveito haverá nisso? 17Assim também a fé, se não tiver obras, está morta em seu isolamento. 18De fato, alguém poderá objetar-lhe: “Tu tens fé e eu tenho obras. Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a fé pelas minhas obras. 19Tu crês que há um só Deus? Ótimo! Lembra-te, porém, que também os demônios crêem, mas estremecem. 20Queres, porém, ó homem insensato, a prova de que a fé sem as obras é vã? 21Não foi pelas obras que o nosso pai Abraão foi justificado ao oferecer o seu filho Isaac sobre o altar? 22Já vês que a fé concorreu para as suas obras eque pelas obras é que a fé se realizou plenamente. 23E assim se cumpriu a Escritura que diz: Abraão creu em Deus e isto lhe foi imputado como justiça e ele foi chamado amigo de Deus”.24Estais vendo que o homem é justificado pelas obras e não simplesmente pela fé. 25Da mesma maneira também Raab, a meretriz, não foi ela justificada pelas obras, quando acolheu os mensageiros; e os fez voltar por outro caminho? 26Com efeito, como o corpo sem o sopro da vida é morto, assim também é morta a fé sem obras.

Embora seja difícil fazer uma análise lógica de toda a Epístola devido ao seu caráter proverbial, ainda assim podemos traçar prontamente um progresso na argumentação. Os cristãos devem ser praticantes da Palavra (I. 22; II. 12), não somente ouvintes (I. 21, 22, 25); aquele que assume que é religioso, enquanto que não refreia sua língua (I. 26) engana seu próprio coração, pois a religião de tal homem é vã; a religião pura tem suas marcas distintivas (I. 27) e a fé que faz acepção de pessoas (II. I, 9) não é a fé que triunfa e salva no Dia do Julgamento (II. 13), pois tal “julgamento será sem misericórdia para aquele que não pratica a misericórdia.” Tiago passa agora a ilustrar esta grande lei de retribuição, discutindo mais plenamente a natureza de tal profissão de fé sem vida.

14 Meus irmãos, se alguém disser que tem fé. — Se esse alguém se considera religioso. — mas não tem obras — Que não pratica misericórdia (II. 13), faz acepção pessoas (II. 9), não manifesta amor compassivo (II. 8), não se mantém sem mácula do mundo (I. 27), e não refreia sua língua (I. 26). — Acaso a fé poderá salvá-lo? — Pode tal fé professada salvá-lo no dia do julgamento, quando “o julgamento será sem misericórdia para aquele que não pratica a misericórdia.” (II. 13)?

15Se um irmão ou uma irmã não tiverem o que vestir e lhes faltar o necessário para a subsistência de cada dia, 16e alguém dentre vós lhes disser: “Ide em paz, aquecei-vos e saciai-vos”, e não lhes der o necessário para a sua manutenção, que proveito haverá nisso? — Temos aqui uma ilustração concreta do princípio abstrato apresentado no versículo 14. João faz a mesma aplicação (I João III. 17).

17Assim também a fé, se não tiver obras, está morta em seu isolamento. — Temos aqui a aplicação dos versículos anteriores. Tiago afirma que essa fé, falada no versículo 14, está morta em si mesma, não tem vida.

18De fato, alguém poderá objetar-lhe: Tu tens fé e eu tenho obras. — Tiago não só demonstrou que tal fé não tem valor, pois é morta em si mesma, mas prossegue dizendo que sua existência não pode ser comprovada. Ele sustenta seu argumento anterior introduzindo, por assim dizer, um orador amigável. — Mostra-me a tua fé sem obras e eu te mostrarei a fé pelas minhas obras. — Prove a existência de sua fé, se puder, por qualquer prova, exceto a de obras; enquanto eu, por minhas obras, exibirei minha fé na única maneira em que a prova pode ser fornecida. A única evidência de nossa fé que podemos oferecer nesta vida diante dos homens é demonstrando-a através de nossas obras.

19Tu crês que há um só Deus? Não é necessário determinar se o versículo 19 deve ser visto como as palavras do suposto orador amigável do versículo 18 ou do próprio Tiago, pois o último aceita a grande verdade aqui ensinada e prossegue o argumento do versículo 17 com o seguinte. — Ótimo! Lembra-te, porém, que também os demônios crêem. O Novo Testamento se refere aos demônios como seres espirituais em inimizade com Deus, que tem o poder de afligir o homem, não só com doenças, mas, como indica o epíteto “impuros”, com poluição espiritual. Em Atos XIX. 12, 13, eles são definidos como “espíritos maus”. Existe apenas um Diabo, e os demônios são “os anjos do diabo” (Mt. XXV. 41) — mas estremecem — por medo e horror de sua punição: “Que queres de nós, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?” (Mt. VIII. 29). O pensamento é: Tu dizes que tens fé, – e sim, ela pode existir tal como é, mas contém apenas os elementos da fé que os anjos do Diabo têm, os quais não serão salvos, mas que estão reservados ao julgamento (2 Pedro II. 4) e à punição eterna (Mt. XXV. 41). Eles percebem sua condição e tremem, mas você nem percebe sua condição deplorável, pois, a menos que se arrependa, o mesmo julgamento o alcançará. O mero reconhecimento intelectual e o assentimento mental não constituem a verdadeira fé. Onde falta confiança (confiança amorosa), não há salvação.

20Queres, porém, ó homem insensato, a prova de que a fé sem as obras é vã? — Aquele homem é vão ou vazio, no qual a Sabedoria não encontrou entrada, que está ensoberbecido com vaidade de seu próprio discernimento espiritual. É ociosa, referindo-se à condição interna e à natureza da fé. Tal fé não beneficia e produz efeito algum (Compare com o versículo 17, “morta em seu isolamento”).

21Não foi pelas obras que o nosso pai Abraão foi justificado ao oferecer o seu filho Isaac sobre o altar? Tiago agora cita o exemplo de Abraão para ilustrar o contraste entre uma mera profissão de fé, que não pode salvar (II. 14), nem nesta vida nem no Dia do Julgamento (II. 13) e a verdadeira fé, que tem as obras como seu fruto (II. 14, 17, 20). Justificado, não simplesmente no sentido de ter “se demonstrado/provado justo” (Calvino, Philippi, etc.) diante dos homens, mas especialmente sendo “declarado justo” diante de Deus, isto é, no juízo particular que veio sobre Abraão no momento de sua morte. É preciso reter o sentido judicial da palavra. Deus declara Abraão justo sob o fundamento de suas obras, e a obra que aos olhos de Deus, como aqui foi dito, lhe forneceu a justificação foi o sacrifício de seu filho Isaac. Tiago comprova a realidade e genuidade da fé de Abraão não por todas as suas obras de fé, mas simplesmente destacando uma, o sacrifício de seu filho. Com Paulo, que tem um propósito diferente em vista, é a fé de Abraão na promessa de um filho que justifica (Gên. XV. 5, 6; Rom. IV. 3, 13-22); na Epístola aos Hebreus a fé de Abraão é ilustrada (1) por sua peregrinação em uma terra que não é sua (Heb. XI. 8-10), e (2) pela oferta de Isaac, na fé de que Deus o ressuscitaria dentre os mortos (Heb. XI. 17-19). O que Tiago quer dizer neste versículo é o seguinte: “aqui está um exemplo da fé à qual me referi, ao contrário de sua conversa fiada.”

Levanta-se aqui uma questão: quando ocorreu a justificação por obras, das quais Tiago (aqui e no versículo 24) fala? É verdade que Abraão foi justificado diante de Deus desde o momento em que creu, e a essa justificação pela fé Tiago se refere no versículo 23, — mas disso Tiago não está aqui falando, pois ele tem em vista a fria e estéril ortodoxia dos judeus cristãos farisaicos, infrutífera em [boas] obras. Também é verdade que os homens só podiam ver a fé de Abraão por suas evidências, mas Tiago não está agora refletindo acerca da justificação diante dos homens. A justificação da qual Tiago fala não ocorreu no momento em que a oferenda foi feita – pois a sentença participial “ao oferecer” não afirma o momento da justificação, mas que as obras adquiriram para Abraão a justificação diante de Deus. Todo o contexto nos dá a chave para a solução. Tiago se refere à justificação que ocorre quando a salvação final será concedida ao crente (II. 12, 14), quer pensemos nela como o julgamento parcial na morte, quer como o julgamento final no último dia, do qual Cristo também fala: “Eu vos digo que de toda palavra inútil, que os homens disserem, darão contas no Dia do Julgamento. Pois por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado.” (Mt. XII. 36, 37).

22Já vês que a fé concorreu para as suas obras e que pelas obras é que a fé se realizou plenamente. Esta declaração é uma inferência da declaração anterior. A fé de Abraão não estava morta em seu isolamento (II. 17), nem ociosa e estéril (II. 20), mas viva e ativa, operando e produzindo frutos. Havia uma relação mútua entre fé e obras, a fé estava sendo testada e provada, a provação da fé de Abraão (I. 3) produziu uma obra perfeita (I. 4), e a fé tornou-se mais forte, perfeita e vitoriosa.

23E assim se cumpriu a Escritura que diz: Abraão creu em Deus e isto lhe foi imputado como justiça e ele foi chamado amigo de Deus. No sacrifício de Isaac, a afirmação de Gên. XV, 6, proferida cerca de vinte anos antes, foi cumprida. A fé que Abraão tinha, na época em que acreditava na promessa de um filho e herdeiro não era uma fé morta, ociosa e estéril, mas uma verdadeira e genuína fé, a qual Deus lhe imputou como justiça, puramente porque ele acreditou em Deus naquela mesma época. A justificação da qual Tiago fala nos versículos 21 e 24 não se refere à justificação diária do crente, mas àquela justificação que ocorre no momento do julgamento.

24Estais vendo que o homem é justificado pelas obras e não simplesmente pela fé. Tiago não se refere aqui à justificação diária pela qual o crente recebe diariamente o perdão dos pecados, no sentido paulino da palavra, mas ao Dia do Julgamento (II, 13), no momento em que “o julgamento será sem misericórdia para aquele que não pratica a misericórdia”, quando a salvação final é concedida e os homens são recompensados de acordo com suas obras. Portanto, “nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt. VII. 21) e “é pelos seus frutos, portanto, que os reconhecereis” (Mt. VII. 20). Tiago não nega de forma alguma a maravilhosa doutrina paulina da justificação pela fé, tampouco o fez em II. 14; de fato, ele concede explicitamente que a justiça é considerada através da fé (II. 23) no sentido estritamente paulino: “Abraão creu em Deus e isto lhe foi imputado como justiça”. O que Tiago deseja deixar claro é que no momento do julgamento, no dia em que a salvação final será concedida (II. 12, 13), essa fé morta na qual esses cristãos judeus farisaicos se orgulharam e precipitaram, a qual não tem nela a mesma característica que constitui a verdadeira fé; certeza, confiança e amor a Deus, não valerá diante de Deus, o qual em seu justo julgamento “retribuirá a cada um segundo suas obras” (Rm. II. 6).

25Da mesma maneira também Raab, a meretriz, não foi ela justificada pelas obras, quando acolheu os mensageiros; e os fez voltar por outro caminho? Tiago agora dá outro exemplo de verdadeira fé. Talvez tendo o intuito de contrastar, ele cita Raab, a meretriz. Em Heb. XI. 31, fala-se também de sua fé, e ela é mencionada como sendo uma das ancestrais de Cristo (Mt. I. 5). A narrativa em Josué nos dá a história da genuinidade de sua fé.

26Com efeito, como o corpo sem o sopro da vida é morto, Quando Paulo fala do homem como sendo composto de corpo, alma e espírito (1 Ts. V. 23), ele não se refere a três elementos coordenados no homem; corpo e espírito são de naturezas distintas, mas a alma é de uma natureza com o espírito. O espírito é o ser interior da alma, e a alma é a natureza externa do espírito. É o espírito que dá vida à alma, e é a alma que anima o corpo. Tiago usa uma ilustração bem forte: se o espírito abandona o corpo, e nesta saída leva também a alma com ele, – pois alma e espírito nunca estão separados, – então o corpo está morto, – nada mais resta do que um cadáver; — assim também é morta a fé sem obras. — Sim, tal declaração sem vida, o assentimento intelectual a certos dogmas ou verdades, tais coisas que alguns cristãos nominais, tendo se tornado frios e indiferentes ao seu primeiro amor, apelidam de fé, não passa de um cadáver morto, não apenas estéril e ocioso (II. 20), mas morto em si mesmo (II. 17), – pois todos estes são tais que “afirmam conhecer a Deus, mas negam-no com os seus atos” (Tit. I. 16).


Notas:
  1. Em essência Calvino, Calov, Gerhard [e outros] interpretam assim. Em tempos recentes, Hofmann, Lange e Philippi, dentre outros.
  2. Hengstenberg afirma com razão que “justificar” tem em Tiago e Paulo o mesmo significado, mas quando ele trata de diferentes estágios da Justificação e sugere que Paulo fala do início da Justificação, que é apenas pela fé, e Tiago de uma Justificação mais perfeita, ele está meramente adotando a noção romana da Justificação, confundindo-a com a santificação.
  3. Huther, Scott, e Major, em geral, tomam essa posição.
    SCOTT: “O tema de São Tiago não é sobre Justificação (de acordo com a terminologia teológica), mas Julgamento por obras; incluindo, porém, nessa expressão o Juízo contínuo que está sempre acompanhando o curso da ação humana, — o registro atual do Livro a partir do qual a humanidade será julgada no último dia.”
    HUTHER: “Paulo denota pela palavra justificar a declaração de justiça ou absolvição por parte de Deus, pela qual o crente é colocado em uma nova relação filial com Ele; enquanto Tiago denota aquela declaração de justiça ou absolvição por parte de Deus pela qual aquele que nasce de novo como filho de Deus recebe a salvação conferida no Juízo. A justificação (assim chamada por Paulo) é condicionada por parte do homem somente pela fé; a salvação futura, no entanto, só será concedida àquele em quem a fé tenha provado ser um princípio operante. Paulo também condiciona a realização da salvação, ou herança futura do Reino de Deus, às obras dos Justificados (Rom. VIII. 4,13; XIII. 8-10; 1 Cor. VI. 7-11, 13; Gál. V. 6, 19-21; 2 Cor. V. 10; Gál. V. 25.)”

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